Quando a fina película de lágrima que cobre o nosso olho diminui em quantidade ou a sua qualidade se deteriora, estamos perante um olho seco.
A lágrima é constituída por três camadas:
- A camada mucínica, a mais interna, permite que a película lacrimal adira à superfície ocular;
- A camada aquosa, essencialmente composta por água, a qual lubrifica o olho e remove partículas estranhas;
- A camada lipídica, mais externa, essencialmente oleosa e que evita a evaporação da lágrima.
O equilíbrio na produção destas três camadas deve ser tal que permita manter a estabilidade e consistência da película lacrimal, garantindo a saúde ocular.
Alguns dos sintomas deste síndrome podem ser:
- Sensação de ardor ou queimadura;
- Olho vermelho;
- Fotofobia (sensibilidade à luz);
- Comichão nos olhos;
- Lacrimejo (que é uma resposta de defesa);
- Desconforto e até intolerância ao uso de lentes de contacto;
- Visão turva e dor, nos casos mais severos.
Por vezes, o uso prolongado de computador ou telemóvel em que a frequência de pestanejo diminui bastante, ambientes adversos como o vento, poeira ou calor excessivo, bem como o uso de ar condicionado, podem desencadear a sensação de olho seco, contudo, ainda assim, pode não representar qualquer patologia.
O olho seco é mais comum nos idosos, em mulheres adultas, sendo a fase da menopausa aquela em que se poderá manifestar de forma mais evidente, bem como pessoas sob medicação para depressão ou quimioterapia.
Existem, no entanto, formas de minimizar os sintomas:- Utilizar lágrimas artificiais sem conservantes (colírios) sempre que sentir incómodo, principalmente se for usuário de lentes de contacto. Neste caso, deverá aconselhar-se com o seu profissional de saúde visual para uma melhor orientação na adaptação;
- Alterar hábitos de vida como, por exemplo, fazer pausas mais frequentes no trabalho ao computador;
- Evitar o uso excessivo do ar condicionado, assim como evitar ambientes adversos de vento e poeira, podendo os óculos de sol de tamanho mais abrangente desempenhar aqui uma função de protecção.
Pedro Durão,
Optometrista Optocentro